Oficina do Ferro - Competition - Second prize winner
Memória descritíva (referência online: Anteprojetos.com.pt)
O projeto Douro River Towers ganhou o segundo prémio do concurso de Arquitetura para as Oficinas do ferro. O projeto comecou pela indicação, presente no programa preliminar, de que existiriam dois acessos, aproximadamente ortogonais, proveninetes da Rua do Heroísmo e da Rua do Barão de Nova Sintra, os quais podem ser considerados como os cardo e decumano da cidade classica romana.
Eles não têm continuação, uma vez que esbarram um no cimiterio e outro no edificio da SMAS, pelo que foram dados a completarse um ao outro, numa curva, a formar a praça central do projeto.
Estes elementos geradores foram a base do projeto, que segue contudo a orientação da malha urbana desta parte da cidade do Porto, a qual por sua vez é ordenada pela Rua Barão de Nova Sintra.
Habitação acessível
Perpendicolarmente a esta, os volumes da habitação acessível foram planeados no exemplo mais representativo da cidade, dentro desta tipologia, que é o bairro da Bouça, do Arquiteto Álvaro Siza. Tal escolha deve-se ao fato que a orientação da mencionada malha urbana corresponde do ponto de vista da dinámica do sol a uma situação analoga. As carateristicas de orientação solar, largura dos blocos de habitação e distância entre eles é identica ao projeto mencionado. Num procedimento baseado na rapidez de planeamento, como o concurso de arquitetura, baser-se num modelo consolidado e unanimamente aceite, é uma forma de evitar erros.
Informa o Arquiteto Pepe: “Já morei no Bairro da Bouça e considero que as condições de vida deste edificio são melhores que em todos os otros predios de apartamantos em quem já morei. Especificamente o que funciona muito bem é: a disposição dos edifícios para o uso dos raios solares, a privacidade que se cria pela relação entre a largura dos edificios e a distancia entre eles”. As habitações acessíveis serão dotadas de corredores de acesso exteriores, aereos, que formam lugares de convivio com vista, aumentando a superfície urbana. Quanto ao Hotel e habitações turisticas de curta duração, são instalados num complexo arquitetónico com base comum e 5 torres.
Apologia da torre
As torres sempre foram um elemento atravez do qual os humanos tentaram vencer as dificuldades da tecnica. Expressam o desejo construtivo de aproximar-se ao ceu, é o desafio técnico da arquitetura de todos os tempos, e desde, pelo menos, o periodo mais prospero da edificação da cidade medieval de São Giminiano, conhecida pelas suas torres (ref. Google- São Giminiano). O mundo, explica o Alessandro Pepe, não mudou. A torre alcança o ceu e o sonho que ela promete continua desejável. O mundo, da Asia as Americas, está a torrear-se. A torre tem uma grande vantagem e uma grande desvantagem, ambas originadas pela mesma sua carateristica.
É um parallelepidedo de base pequena e esta pequena base tem a vantagem de ocupar pouco espaço. A torre garante densidade, o que satisfaz a necessidade de reduzir a ocupação de solo, que pode ser mantido vegetal. A superficie urbana permeável e arborizada é o maior desejo do habitante da cidade. Ao mesmo tempo a pouca base da torre leva consigo a desvantagem de ter pouco espaço para entrar. A torre é alta e o cidadão não vê o que lá dentro se passa. O cidadão tem alguma difidência para com a torre. A torre é vista como um edifício de elite. Além de isso, nos centros historicos europeus, a torre constitui uma ameaça, em quanto os desequilibra. A grande escala da torre, muito frequentemente prejudica a ordem da cidade historica. A cidade de Londres, que nas palavras de Alain de Bottom, teria medo de ficar atrás de Dubai, já desfigurou o seu centro historico (ref: Google: “Alain de Botton: London is Becoming a Bad Version of Dubai” e “What Makes An Attractive City? Try These 6 Points”).
A cidade do Porto é relativamente isenta desse tipo de conflito, uma vez que poucas são as torres que tenham influencia negativa no skyline urbano. Talvez a zona mais afetada seja atualmente a zona da Pasteleira, perto da qual contudo as torres do Aleixo já foram recentemente demolidas.
Não existe motivo de pensar que a tipologia da torre não iria ser adotada de forma gradual e sempre mais frequente também na cidade Invicta e qualquer problema só pode ser evitado se o se antecipa. O Lote da Oficina do Ferro é uma oportunidade unica para definir um tipo de torre que seja apropriado pela cidade do Porto, e eventualmente para definir metodologías de relação entre o centro historico e a torre. É um local central, junto ao centro da cidade e servido pelo metro de Heroísmo, contudo de alguma forma, por sua topografia e geolocalização, afastado e mais pertencente á influencia do Rio Douro do que ao sistema urbano. É uma oportunidade única para criar um sistema novo de edificio vertical com identidade portuense. O projeto Douro River Towers é construtivamente composto por elementos pre-fabricados horizontáis e verticáis que interligados entre si formam um conjuto acabado em pedra clara e madeira. A estrutura é enriquecida por um sistema de recuperação das aguas meteoricas para alimentar alojamentos de arbustos e plantas, fixos na estrutura. A cobertura da base do edificio é uma praça de alto nível que oferece uma vista panorámica do rio Douro que será o que de mais desejável o projeto poderá oferecer. A tipologia a torre, selecionada no projeto, permitiu reduzir a area impermeável, até o ponto que 40% do Lote foi mantido permeável.
Images
Drawings and Sketches
PT
Nome do projeto: Douro River Towers – concurso de Arquitetura pelo quartierão da Oficina do ferro
Tipo de projeto: Contest- second prize winner
Dono de obra: IME-IMOVEIS E EMPREENDIMENTOS S.A.
Localização: Porto, Portugal
Colaboradores: Alexandra Sypenova- project coordinator, Nelson Amado, Paweł Siemaszko, Rachele Criveto, Yağmur Erişen