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Casa na Rua Montebelo 59

Introduction to the project

This is a project for the restoration of a heritage-protected building in Foz Velha. It includes a doorway that belongs to a 14th-century construction, being cited in the classification municipal paper that this element is contemporary to the Castle of Foz. Medieval elements in the layered-by-time ruin strengthen the building’s ownership of the value of antiquity. Medieval European constructions that reached our times emphasised enclosure from the public space. Coincidentally, contemporary local architectural tendencies seem to emphasise enclosure. Therefore, the project is based on the purpose of maintaining this character of the exterior shape — solid appearance closed to the exterior, giving privacy and tranquility from an increasingly overburdened world. The project of a double bedroom, single family house comprises the creation of a new floor with a generous terrace using much of the original granite complemented by travertine and wood. The use of natural materials with the interplay of shadow and light has created a 21st-century space with respect for the past, and an eye to the future.

Memória descritiva- Casa Montebelo

Na Foz do Douro, o largo entre a rua do Montebelo e a rua do Sacramento forma um triângulo isósceles, cuja base corresponde à fachada principal do lote do projeto. Este alçado, orientado norte, causou preocupação projetual.

É o elemento focal dos alinhamentos de fachadas do Largo. Tais fachadas são maioritariamente compostas por edifícios de arquitetura tradicional da Foz do Douro, em granito esculpido com qualidade há séculos, reboco e barro nas coberturas.

O local de intervenção é situado numa zona condicionada do ponto de vista arqueológico e patrimonial da cidade do Porto, Conjunto da Foz Velha. O edifício encontra-se inventariado como Imóvel de Interesse Patrimonial F17 na carta de património do PDM do Porto uma vez que no interior existe uma padieira que será contemporânea da 1ª fase de construção do Castelo da Foz.

Considerado isso, o projeto quis integrar no contexto tradicional e histórico, mantendo uniformidade formal onde possível: a proporção e a definição plástica dos alçados criam diálogo com as fachadas que completam os três lados do triângulo isósceles. Os novos materiais de acabamento exterior dele são reboco pintado e barro, por razões de orçamento.

O barro foi escolhido por estar presente nas coberturas deste bairro, mas também pela sua maleabilidade, que permitiu criar candeeiros exteriores fixos sem recorrer a empresa de construção, diretamente pelo escritório projetista, controlando desta forma o custo da obra. O barro permitiu criar uma influência sem intermediários nos elementos mais esculturais da obra, obtendo desta forma um resultado mais coerente com o que se pretendia lá por.

A forma do prédio foi definida verticalmente pela referência à altura dos edifícios mais próximos, ou seja dois pisos; horizontalmente, recuando os planos das fachadas leste e oeste de forma a não interceptar a projeção a 45º de um plano a partir do alinhamento da edificação fronteira respectiva. O alçado norte resultante foi então corrigido através da êntase, técnica projetual usada na arquitetura clássica, que permitiu suavizar o aspecto da proporção definida conforme mencionado anteriormente.

Existindo abertura visual para o mar em direção sul-oeste e para o rio Douro a leste, mas sendo o alçado sul encostado no vizinho, uma janela no topo da escada, exposta para o alçado oeste, foi dobrada para sul, abrangendo desta forma vista direta para o mar e a Igreja de São João Baptista da Foz do Douro. Na frente desta janela organizou-se uma versão contemporânea de uma namoradeira, que serve então como lugar de contemplação do mar e de leitura. No alçado leste foi criado um terraço de 18 m² com vista para o rio Douro.

Exterior

Interior


Sketches

 

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