Casa Figueira da Foz

O requerente pretende efetuar obras de reabilitação e ampliação a uma habitação unifamiliar, situada na Rua Figueira da Foz pertencente à freguesia de Lordelo do Ouro. O dito local está categorizado como área de habitação do tipo unifamiliar e pertence ao Bairro das Condominhas, construído no Estado Novo. O edifício pré-existente desenvolve-se num único piso, possuindo 69,63 m2 de área bruta. No entanto, devido ao programa solicitado pelo novo proprietário, propôs-se a sua ampliação no piso térreo e em altura, ficando com um total de 181,94 m2 de área bruta que se desenvolvem por dois pisos: o rés-do chão com 104,72 m2 e o piso 1 com 77,22 m2. No Rés-do-Chão, o acesso à casa é realizado pela entrada pré-existente que direciona o utilizador para um hall de entrada. O hall de 13,82 m2 comunica diretamente com a sala de jantar de 17,31 m2 e com a sala de estar de 46,76 m2 e permite o acesso à casa de banho de serviço de 2,33 m2 e à cozinha de 8 m2. Esta divisão permite também aceder ao piso superior pois contém uma escada situada à esquerda da entrada. A cozinha contém também as zonas mais utilitárias da habitação, nomeadamente a dispensa com 2,88 m2 e a lavandaria com 2,79 m2. Esta última divisão possui acesso ao exterior por motivos funcionais. A zona de estar, situada no extremo noroeste do lote, está a uma cota inferior que o restante piso e por isso contém dois degraus a separa-la do hall de entrada. Esta área possuí uma zona com duplo pé direito, possibilitando o contacto visual com a circulação do piso superior e, por sua vez, a sua parede transparente permite o contato visual com o deck de 16,48 m2 que perlonga o espaço de convívio para o exterior da habitação. Subindo as escadas até ao primeiro andar, encontramos um espaço de distribuição de 15,52 m2 que permite visualizar uma parte do Hall de entrada, devido ao seu pé direito duplo. Esta zona dá acesso, à direita, ao primeiro quarto individual com 10,06 m2, a umas escadas funcionais de acesso ao sótão e à suite principal com 11,65 m2 e à esquerda, ao segundo quarto individual com 10,40 m2 e à casa de banho partilhada com 3,60 m2. A suite é ainda dotada de uma casa de banho privativa com 4,26 m2 e um closet com 3,33 m2. O sótão consiste no aproveitamento do espaço proporcionado pela cobertura inclinada e destina-se a arrumos. O projeto em questão visa a reabilitação e ampliação do edifício existente de modo a proporcionar um maior conforto ao lugar e ao espaço. O projeto foi concebido tendo em conta o Artigo B-1/8º do Código Regulamentar do Município do Porto, relativo às condições especiais de edificabilidade em bairros designados como “bairros do Estado Novo”. Deste modo, o projeto visa a recuperação, a consolidação e a reconversão do lote original, tendo em consideração os seus elementos de maior relevância, particularmente ao nível da implantação, do desenho arquitetónico dos vãos e composição das fachadas, do tipo de revestimento e cobertura e do tratamento do logradouro. Assim, a ampliação em altura do preexistente segue a mesma abertura de vãos e a mesma proporção do volume original. Já a ampliação em profundidade, tal como o artigo refere, resultou na concepção de dois corpos que se diferenciam da pré-existência, criando uma diferenciação entre o novo e o antigo, através do recuo do plano das fachadas, da utilização de uma cobertura plana e da sua cércea inferior. O projeto pretende seguir e conservar as características primordiais do Bairro das Condominhas e manter a tipologia característica destes lotes – uma construção encostada a um dos limites do terreno possuindo três alçados e três espaços exteriores: um frontal, um lateral e um traseiro. No entanto, como o espaço exterior lateral destina-se a estacionamento automóvel propõe-se a construção de uma pérgula para a sua proteção. A estrutura existente das paredes exteriores é em pedra e a nova estrutura será em betão e alvenaria de tijolo. Quanto à estrutura da cobertura, será totalmente nova, em madeira e com cobertura em telha cerâmica. As paredes interiores serão em gesso cartonado e os pavimentos interiores da habitação em madeira, à exceção das casas de banho e zonas de água que serão em azulejo. As paredes exteriores rebocadas a cor RAL 1013 e a cobertura em telha cerâmica tipo Marselha. O projeto e a escolha dos materiais pretendem dialogar com a envolvente, mantendo os mesmos tons cromáticos; as mesmas proporções e relações com os alçados adjacentes.