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Casa Conde Alto de Mearim

Re-patrimoniando Matosinhos - a fachada tradicional portuguesa, pela primeira vez em betão aparente


Extracto da memoria descritiva de projecto

Introdução. O edifício apresenta uma fachada em azulejos de feitura industrial, presumivelmente datáveis a segunda metade do seculo 20, com baixo valor estético.
Relativamente a composição da fachada, não apresenta uma simetria aparente, os rebordos dos vãos do nosso edifício existente são feitos de cimento e têm uma largura de 10 centímetros. Eles se encontram em estado degradado.
Referências. Para avaliar a qualidade arquitectural, consideramos os princípios da tríade Vitruviana, ou seja firmitas, utilitas e venustas – solidez, utilidade e beleza. Julgamos que não exista hoje forma mais correta para medir a qualidade.
Consideramos o princípio expresso no livro A nossa casa, de 1918, escrito por Raúl Lino, de que o azulejo industrial não é aceitável, sendo que qualquer elemento decorativo traz em si o prazer criativo que
O seu feitor provou na acção de o fazer e a falta desse prazer, próprio da criação da máquina, resulta num fracasso estético.
Consideramos o princípio expresso por Viollet Le Duc de que o restauro pode ser a reposição de uma configuração que nunca existiu anteriormente.
Consideramos que, de acordo com os Cinco livros da arquitectura de Andrea Palladio, os rebordos deveriam corresponder a 1/6 da abertura do vão, regra quase sempre respeitada nos edifícios urbanos portugueses. Esse cânone garante à proporção.
A Rua Conde Alto de Mearim tem prevalência de arquitectura tradicional portuguêsa, com uma qualidade do conjunto elevada. O edifício ao lado do nosso, presente na fotografia 2 (que chamaremos de Escola) tem qualidade elevada. Consideramos que uma composição urbanística deste local deveria ter em conta que no futuro os edifícios de menor qualidade deverão com um certo grau de possibilidade em relação ao tempo, ser demolidos e os de qualidade ficarão existentes. Escolhemos portanto a estratégia de projecto de criar-mos uma relação com a arquitectura tradicional e especificamente com o edifício da Escola na fachada principal.
Proposta.
Propomos:
1. Que a nossa fachada seja integrada no contesto tradicional da rua deixando claro que é um edifício contemporâneo. Os elementos tradicionalmente em cantaria (estruturas murarias principais e rebordos) serão constituídos uma estrutura em betão armado de cofragem com resistência elevada. Garantiremos desta forma uma estética congruente com o contesto, um custo de construção sustentável, uma evidente localização temporal, una solução de fachada inovativa.
2. a composição geral da fachada será mais cuidada do que a existente, baseando-se num esquema geométrico proporcional (usando proporção de ouro, proporção √2, proporção 1 : 2.2, etc.)
3. A fachada não terá azulejo, pelo que requeremos parecer da entidade competente relativamente a remoção dos existentes.

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